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Resumen

O artigo aborda a resistência, ancestralidade e territorialidade do povo indígena Krenak, situado em Resplendor, Minas Gerais, Brasil. Ao longo dos últimos dois séculos, os Krenak enfrentaram repressão, apagamento cultural e deslocamentos forçados, impostos pelo Estado brasileiro e por elites agrárias. A pesquisa combina abordagens históricas e autoetnográfica, ressaltando a experiência vivida como elemento central para compreender a luta desse povo. A relação dos Krenak com seu território é vista por eles como sagrada e essencial para a manutenção da identidade cultural. A destruição do Rio Watu (Rio Doce) pelo rompimento da barragem de Fundão, em 2015, foi um marco trágico que levou a intensificar a luta por seus direitos territoriais e ambientais. O artigo analisa como práticas culturais, como a dança, a língua e os rituais, podem ser consideradas formas de resistência frente à tentativa de apagamento da memória cultural. Além disso, este ensaio discute o papel da Organização dos Estados Americanos (oea) na defesa dos direitos indígenas, destacando documentos como a Declaração Americana sobre os Direitos dos Povos Indígenas (2016). A pesquisa, por outro lado, aponta que os mecanismos internacionais podem fortalecer as reivindicações dos Krenak, especialmente em relação à preservação territorial e ambiental. Por fim, o estudo enfatiza que a luta Krenak não se restringe ao território físico, mas abrange a cultura, a ancestralidade e o direito à existência enquanto povo originário. A autoetnografia revela a resiliência dos Krenak e a necessidade de um olhar descolonial e integrado, articulando Território, Cultura, Ancestralidade e Luta, para garantir sua dignidade e continuidade.

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Cómo citar
Genovez, P. F., & Santana, G. B. (2025). Memória, Território e Ancestralidade Krenak: a defesa dos direitos dos povos indígenas e os esforços da Organização dos Estados Americanos (OEA). Revista De Historia De América, (171), 207–234. https://doi.org/10.35424/rha.171.2025.5957
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Artículos
Biografía del autor/a

Girley Batista Santana, Universidade Vale do Rio Doce,Universidade Vale do Rio Doce

Graduação em Agronomia pela Universidade Vale do Rio Doce (2006). Pós-Graduação em Engenharia Ambiental pela Faculdade Única de Ipatinga - MG. Mestre em Gestão Integrada do Território - GIT (2025), pela Universidade de Rio Doce, Governador Valadares - MG. 

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Citas

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