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Gustavo Lins Ribeiro

Resumo

Vivemos em tempos incertos. É bem possível que estejamos testemunhando uma mudança de época provocada por transformações no sistema capitalista global (a ascensão da China ao centro do sistema exemplifica isso). Os antropólogos e outros cientistas sociais enfrentam novos desafios à medida que as segmentações e as relações interétnicas entre os glocais mudam, acendendo velhos e novos racismos. Podemos estar entrando em uma era pós-multicultural. Ao mesmo tempo, as concepções do que é humano estão passando por mudanças radicais, com o antropoceno servindo como metáfora para os efeitos negativos e insustentáveis da experiência humana pós-Revolução Industrial. Em muitos países, as ciências sociais sofrem cortes orçamentários e perdem sua relevância pública na mídia dominada por pós-verdades e pelo anti-intelectualismo de direita. A capilaridade da Internet faz com que o mundo pareça transparente e a inteligência sem sentido. Há uma necessidade urgente de repensar nossos posicionamentos, nossos temas e políticas de visibilidade. Os antropólogos têm se interessado de várias maneiras em intervir com seu conhecimento e pesquisa na forma como o futuro se desenrola. Defendo que pensar em escala global é uma forma de escapar dos dilemas políticos atuais e recuperar a visibilidade e a influência pública da disciplina. Também acredito que os antropólogos devem se envolver em lutas utópicas para promover perspectivas de impacto progressivo nos processos políticos, sociais, culturais e econômicos contemporâneos.

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Como Citar
Lins Ribeiro, G. (2023). Antropologias hoje: (In)certezas e utopias. Antropología Americana, 8(16). https://doi.org/10.35424/anam.v8i16.4309
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Seção
Artigos

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