El geronticidio tranquilo : etnografia del COVID-19 en Montreal, Quebec, del 10 de marzo al 15 de agosto 2020

Resumo

A pandemia COVID-19 constitui o que Marcel Mauss chamou de «fenômeno social total, com aspectos médicos, políticos, econômicos e simbólicos. Este artigo é uma etnografia da produção de representações da doença e seus usos sociais em Montreal entre março e agosto de 2020. Considero que essas representações pertencem a dois discursos. O primeiro, que chamo de ‘cientismo-populismo’, foi dominante em Quebec durante este período e foi a base das políticas do Governo provincial, que é responsável pela Saúde Pública. ‘Cientismo’, uma vez que menciona constantemente a ciência e afirma que suas políticas se baseiam nela, embora não tenha sido capaz de desenvolver uma abordagem verdadeiramente científica que pudesse levar em conta todos os fatores relevantes envolvidos na pandemia. O resultado desses erros foi que Quebec teve o maior índice de contágio do Canadá. O preço pago foi o sofrimento e a taxa desproporcional de mortalidade de pessoas idosas, especialmente aquelas que viviam em lares de idosos No entanto, esse discurso foi amplamente aceito, uma vez que está de acordo com uma tradição de populismo nacionalista que caracterizou muitos governos em Quebec durante o século XX. O outro discurso, uma mistura de economicismo e neo-darwinismo, domina vários setores da elite econômica no Canadá e em outros lugares. Considera que a pandemia deve seguir o seu curso ‘natural’ e que é melhor não prejudicar a economia com o confinamento. Não estava em uma posição dominante em Quebec durante o período considerado, mas tem ganhado força ultimamente (como no movimento anti-máscara) porque as políticas governamentais eram vistas como ineficientes.